A direção do pensamento

Numa conversa com amigos hoje ficou claro uma coisa: a direção do pensamento de cada um.
Muitas das atitudes que temos e decisões que tomamos dependem diretamente de nossos valores. Dependendo deles o pensamento pode fica limitado a nós e aos que nos são próximos ou alcançar as estrelas. Porque pensar coletivamente se eu nem penso nas grandes questões? Se a pessoa não pensa no que existe depois da morte, qual o sentido da vida, se Deus existe, como funcionam as relações entre nações, como é gerido (e muitas vezes manipulado) o mundo, se nada disto é importante, a visão fica limitada e restrita ao imediatismo ou ao planejamento apenas para si e sua família.
Também quando estas questões são respondidas de forma simplista, com modelos “fáceis”, preconcebidos e não fruto de uma busca existencial que às vezes dura toda a vida, as opções se limitam.
Se ela acreditar por exemplo, num panteísmo, que o universo é um ser vivo do qual ela faz parte. Ela pode considerar que precisa pensar de forma a ver o todo. Se ela acreditar que a vida é meramente material e acaba com a morte, o egoísmo se tornaria a melhor opção.
Se a pessoa acredita num pós-morte no melhor estilo “vou pro inferno ou pro céu”, pra ela não importa muito construir um mundo melhor, porque ela não estará aqui pra ver. Entretanto se ela acredita em reencarnação é do seu próprio interesse pensar coletivamente, porque ela não sabe onde vai reencarnar numa vida futura e pode ser naquele país que ela achava que nada tinha a ver consigo.
Se ela acreditar que o sentido da vida é obter a melhor vida possível pra si, há a possibilidade dela considerar que o sofrimento do outro é menos importante que o seu. Já se ela considerar que o sentido da vida é evolução, ela pode às vezes buscar sofrimento pra si no sentido de melhorar em algum aspecto que precise melhorar.
Se ela acreditar que animais não têm alma ou sentimentos, não há qualquer problema em provocar sofrimento neles. Já se ela acreditar que pode até reencarnar em um animal, talvez ela ache uma boa ideia parar de comer carne.
Portanto isso influencia tudo. Influencia o que compramos, o que comemos, que tipo de tecnologia usamos, como tratamos os outros, em quem votamos, o que queremos, tudo.
E isso me faz pensar que existe uma hierarquia de “modelos de pensamento”. Alguns mais evoluídos que outros. Mas não é o objetivo deste texto apontar quais os mais evoluídos. A ideia é trazer uma reflexão sobre essas questões.
Então vamos responder primeiro as grandes questões. Dependendo da resposta a elas teremos a direção a seguir. E essa direção é de primordial importância, porque ela leva a uma vida plena ou frustrada. Mas o importante é que busquemos uma resposta. Não importa qual seja. Porque se as respostas que a gente encontrar forem incorretas, o caminho que seguiremos levará ao sofrimento mais cedo ou mais tarde e este sofrimento nos fará repensar as grandes questões e mesmo que dessa vez não escolhamos a certa novamente, ganhamos pelo menos experiência pra ir entendendo melhor como funciona o mundo e o universo. Um dia faremos escolhas melhores e seremos pessoas melhores capazes de auxiliar a humanidade a chegar em um momento mais claro, mais evoluído do que este que vivemos.

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