Amarras

As empresas precisam de valores mais humanos. De menos necessidade de controle e mais humanização das relações trabalhistas. Entender que essa história de “eu mando e vocês obedecem” é coisa do séc XIX. Nada funciona menos no séc XXI.
Quem já assistiu essa palestra aqui:

www.youtube.com/watch?v=rrkrvAUbU9Y

sobre uma pesquisa motivacional feita por algumas das melhores universidades do mundo vê claramente qual é o problema. E o problema é a visão atrasada de enxergar o ser humano como “recursos”. Eu mesmo não sou recurso. Não gosto nem um pouco de ser visto como “recurso”.
Se alguém se refere a mim ou a quem quer que seja como “recurso” é porque ainda não enxerga que que estamos todos nesse barco chamado planeta Terra juntos e somos iguais. E apesar de se haver criado neste mundo fantasias colossais que fazem algumas pessoas se acharem melhores ou mais merecedoras que outras, isso continua sendo só uma fantasia século após século. Quem está nos lugares hierarquicamente mais altos não tem nenhum tipo de “merecimento especial”. Está apenas no lugar de fazer um trabalho como todos nós.
Enquanto a igualdade do valor intrínseco de cada ser humano não chegar profundamente ao entendimento de todos, só haverá mais e mais conflitos e problemas.
Seres humanos não podem ser controlados. Isso é e sempre foi impossível. Seres humanos são livres por natureza. Se estão se submetendo a um controle é porque estão sendo dominados pela necessidade.
Portanto a atitude das diretorias de empresas não tem que ser colocar as métricas como grande prioridade. Tem que ser ACABAR com as métricas, ACABAR com os controles, com os “relatórios de produtividade” e com tudo que “meça” seres humanos. Ninguém gosta de ser medido.
Vamos nos lembrar daquela cena do filme “Sociedade dos poetas mortos”: Rasguem a página do livro que diz que a poesia pode ser medida. Poesia não pode ser medida. Seres humanos também não.
Repito: Seres humanos não podem ser medidos. Não importa o que façam. Isso é nada mais nada menos que a realidade da existência enquanto ser humano.
Qualquer outra coisa é só uma fantasia que nunca durará pra sempre. As métricas que existem são TODAS absolutamente falsas e fadadas a terem tantas exceções quantos seres humanos houver. São feitas para enganar uma diretoria que quer ser enganada.
Qual o projeto que estimou com um nível de erro aceitável no início, de qual seria a duração do projeto no final ? NENHUM. Sem nenhuma exceção. O que acontece é que se estima uma coisa e se vai corrigindo ao longo do tempo, mostrando o porque se corrigiu. Então pra quê perder um tempo gigantesco estimando algo que é inerentemente fantasioso ? somente pra atender a compreensão de quem ACHA que está no controle. E não está porque esse controle é impossível em termos humanos.
Precisa de saber qual é o tempo médio de duração de um serviço ? Faça isso pela estatística de tempo dos projetos passados. Não obrigue seres humanos a se tornarem robôs ou fazer relatórios fantasiosos. Quanto mais tempo passar melhor serão as estatísticas dessa forma.
Humanos só trabalham bem se forem tratados pelo lado da amizade e do respeito.
A atitude tem que ser de “vamos fazer juntos”. Tem que ser de cooperativa e não de controle. Soltem as amarras e o navio navegará mais suavemente que nunca. E o que amarra é a necessidade de controle. É a insegurança que provoca o fato de se achar melhor do que o outro. Essa é que é a origem da necessidade de controle. A pessoa fica insegura de perder sua posição de poder sobre o outro e quer “controlá-lo”. Mas isso é só uma fantasia da pessoa. Se ela abrir mão desse “poder”, todo o peso vai embora. Na mesma hora. E a vida se torna tão mais fácil.
Busquem criar a confiança entre as pessoas pela ligação humana, pela certeza que se está buscando o bem de todos. Não pelo controle e punições.
Joguem fora as métricas e os controles. Dêem ao povo liberdade pra trabalhar sem amarras e verão a produtividade subir a pontos inimagináveis.
Liberem os projetos pra usar os métodos que eles quiserem sem restrições. Sem precisar passar por esta ou aquele órgão de controle e eles trabalharão com um nível de motivação inimaginável.
Minha proposta é: acabar com todo tipo de métrica e amarras como “só se usa o que for determinado pela empresa”, acabar com as medições diárias, ter uma atitude de cooperação do tipo “vamos fazer juntos como iguais” e não controle de cima pra baixo, deixar que cada equipe decida como fazer o que quer fazer. Não ter “um método da empresa”. Deixar que os métodos e as novas formas de trabalho fluam.
Em resumo: tratar seres humanos como seres humanos com amizade, respeito e valores humanos.
Tratá-los como iguais e não como “recursos da empresa” a serem controlados. Ter uma atitude do tipo “vamos fazer juntos” e não “façam aí que eu pago vocês bem”.
A partir do momento que a visão mudar do processo pro homem, aí sim daremos o salto que estamos necessitando dar para o séc XXI e para a nova era que se aproxima.
Como diria Chaplin: “Não sois máquinas, homens é que sois.”

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