Pertencer a nós mesmos

Vi alguém postar no facebook a frase “Nunca é alto o preço a pagar para pertencer a nós mesmos”, atribuída a Friedrich Nietzsche. Respondi o seguinte:

O problema de pertencer a nós mesmos é que, para a maioria das pessoas, sua própria compreensão leva a uma vida cheia de angústias e sofrimentos. Quando ela percebe isso, procura alguém pra guiá-la a uma vida com mais paz dentro de si. E aí ela deixa de “pertencer a si mesmo” e passa a pertencer ao guia que ela escolheu. Para algumas pessoas esse guia é a religião, para outras a filosofia, para outras um “estilo de vida”. Depois que chegam a um estágio de mais paz dentro de si, muitas vezes percebem que o guia que escolheram leva apenas até um certo ponto que era adequado naquele momento e agora não serve mais e procuram outro guia para chegar a um estágio superior. E assim evoluímos. Pode ser que chegue um momento onde consigamos “pertencer a nós mesmos”, ou pode ser que existam pessoas capaz de “pertencer a si mesmas” e ter realmente capacidade para se observar precisamente e ter força para evoluir e se melhorar por si mesmas. Mas para a maioria das pessoas a vida é um sem fim de contrariedades e angústias enquanto alimentam a fantasia de que “são assim mesmo”. Mas cabe a nós examinar se isso (“pertencer a nós mesmos”) está sendo realmente bom pra nós, se sentimos que somos melhores que 10, 20 anos antes, ou se estamos vivendo numa eterna estagnação postergando sempre aquilo que precisamos melhorar em prol do orgulho e do apego de sermos “nós mesmos” e de “pertencermos a nós mesmos”. Uma dica: a opinião dos outros a nosso respeito pode dar fortes indicações se estamos no caminho certo.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *