Violência doméstica

Nos meus textos eu procuro mostrar o meu lado melhor. As melhores coisas em que acredito e as melhores idéias e ideais com os quais já tive contato.
Mas nem sou tão bom assim. Apesar de ter bons ideais e bons sentimentos, como todo mundo tenho minha parte ruim, belicosa, agressiva. Tenho dificuldade de me controlar com certas coisas que dentro da visão limitada da minha realidade me parecem muito injustas ou nocivas. Como todo mundo nem sempre a razão fala mais alto em situações quotidianas e tem vezes que eu mando um praquele lugar.
Quando isso acontece, ou seja, quando a pessoa não consegue sobrepujar os aspectos animalescos que existem dentro dela o mundo descarrega sobre ela todas as frustrações de seus própios aspectos animalescos reprimidos.
Por isso hoje eu quero falar de um assunto bem polêmico: violência doméstica.
Sabendo que eu também tenho esses aspectos psicológicos que falei acima, dentro de mim, muitas vezes olho casos como esse e penso: se eu fosse pressionado acima de um certo limite, poderia ser eu ? O que não está sendo dito naquele discurso superficial de jornalismo sensacionalista barato, ao qual só interessa criar monstros para obter mais audiência através da terrivemente anti-ética prática da ampliação da revolta das pessoas ?
Muito vezes eu vejo essa assunto ser debatido mas vejo muita superficialidade nesse debate, hipocrisia, parcialidade e vejo que muitos dos aspectos mais relevantes pro debate nem são trazidos à tona como se não existissem.
É sempre o mesmo velho discurso: meu marido me bateu porque ele é um homem violento, porque estava bêbado, porque ele tem ciúme, porque ele é ignorante. Nunca vi uma única reportagem que fosse até o homem perguntar porque ele bebe tanto ? Como ele chegou a isso ? Ele sempre foi violento ? O que outras pessoas que se relacionaram com ele antes pensam dele ? Qual a historia dele ? Porque um homem é violento com uma certa mulher e doce com outra ?
Há mesmo muita hipocrisia e um sempre presente “olhar pro lado que convém”.
Antes que os(as) policatamente corretos e revoltados de plantâo venham com 10 pedras na mão, quero deixar bem claro: Não eu não tô defendendo homem que bate em mulher. Só tô lembrando os muitos aspectos que foram deixados de lado nesse debate. Alguns deles:
-Algumas mulheres batem (às vezes muito) em homem também e de forma que agredide muito sua dignidade. Não é só tapinha de leve não. É chute no saco, soco no meio da cara, arranhão de cara inteira, pontapé, entre outas coisas.
-Algumas mulheres agridem verbalmente, constantemente e de uma forma muito perniciosa, procurando os adjetivos mais grotescos e que atingem diretamente as fraquezas que elas sabem que o homem tem.
-Um casal às vezes tem uma ligação muito forte um com o outro. Não é só sair da relação. Uma das piores superficialidade que eu vejo ser comentada sobre esse problema é: “a relação tá ruim ? Termina”. Como se isso fosse fácil assim. Não é assim. Terminar dispara muitas inseguranças. Vai ver que quem fala isso tem um excepcional corpo e é só querer e tem o parceiro que quiser. Mas pra maioria da pessoas simplesmente não é assim. Elas têm gostos e culturas às quais a maioria deas pessoas não se adequam e é muito difícil encontrar um novo namorado. Muitos ficam anos sozinhos e por pior que seja a relação a idéia de muitos anos de solidão é pior. E sempre existe a esperança que as coisas melhorem. E às vezes as pessoas realmente melhoram e amadurecem.
-Algumas pessoas parecem achar normal relacionamentos extra-conjugais e querem que essas situações sejam tratadas como a normalidade. Mas não é normal não. É uma traíção de confiança muito grave que é sujeito gerar em quem é integro terríveis sentimentos que, no mínimo, criam uma dificuldade colossal à vida da pessoa que passa por isso ao se esforçar por controlá-los.
-Existem mulheres com neuroses profundas, que expoem seus companheiros, família e pessoas próximas a um sem fim de dificuldades diárias criando problemas onde não existem e sendo a fonte dos problemas ao invés de ser o porto seguro que lhes caberia ser.
-Muitas mulheres têm um comportamento dúbio. São uma coisa dentro de casa e outra para a sociedade. Como o único que convive com ela o suficiente para ver essa diferença é o companheiro, isso cria nele o pior dos sentimentos porque, ao contrário dos que os outros vêm, ele sabe que ela está manipulando e que ela não é o que diz ser.

Precisamos saber diferenciar um psicótico que bate e tortura sua companheira de alguém que foi submetido a uma pressão constante e num momento de desespero comete um erro. Erros são erros, alguns mais graves que outros, mas quem é que erra mais ? Quem não aguenta a pressão de uma relação doentia e explode ou quem rotineiramente, diariamente, muitas vezes por dia provoca, grita, reclama, cria toda sorte de problemas muitas vezes por coisas infímas do dia a dia até que aquela reação aconteça por desespero ? Quem é o monstro nessa história mesmo ?
Claro que todos os argumentos acima podem ser invertidos, é só tirar a palavra ‘mulheres’ e colocar ‘homens’ no lugar e se torna igualmente válido. Inclusive concordo que a versão mais válida dessa idéia seja realmente a masculina. Há mais homens violentos que mulheres. Mas a idéia desse texto, é lembrar o que nunca é dito, por isso estou querendo lembrar que não é sempre assim, porque quando é o homem a vítima da violência. Quando o homem é que é submetido à neurose, muitas vezes psicose da companheira, ele está sozinho. Ninguém acredita, porque é muito mais fácil acreditar que uma mulher é a vítima do que acreditar que a mulher, muitas vezes frágil, pequena e bonita seja capaz de comportamentos tão perversos que levam o homem ao desespero.
De novo, não tô defendendo agressões. É óbvio que o certo é terminar quando a relação tá desse jeito. O objetivo é ampliar a compreensão, explicar COMO se chega a certas situações que são em si injustificáveis. Não há justificativas para uma agressão. Mas há motivos. Que podem ser evitados. E algumas vezes por trás delas há centenas, milhares de pequenas agressões ao companheiro, que por não serem físicas, não são consideradas. Mas que se fosse possível somá-las e apresentá-las todas juntas de alguma forma, claramente se mostrariam de gravidade maior do que a agressão física.
Eu sei que esse texto é bem polêmico. Eu sei que muitas pessoas que o lerão chegarão a esse ponto do texto com um sentimento de revolta dentro de si. Mas convido-o caro leitor a entender que eu não estou falando daquele caso do cara que matou a mulher ou que batia nela durante anos seguidos ou que a perseguia ou que jogou ácido nela. Esses casos parecem ser o padrão porque eles são mais destacados pela mídia na busca por audiência. Estou falando de casos onde a violência doméstica acontece porque a relação está desgastada por tantas brigas. Nesse caso o que acontece é que o agressor, mesmo com as situações acima passa a receber o peso do cara que joga ácido, que mata, que persegue. Porque essas situações mais graves provocam uma revolta contida à qual as pessoas ficam presas e com muita vontade de achar quem dê vazão àquele sentimento ruim. E quando se encontra alguém que se encaixe num padrão que todos concordam que é errado, é o estopim e ninguém nem pensa em saber melhor da situação ou ir além das aparências. Despejam sua revolta em quem lhes parece encaixar nos seus modelos mentais de ruindade. Mas além de um fato isolado existe muitas vezes uma enorme complexidade e uma trama de acontecimentos que levaram àquele péssimo momento.
Ampliar nossa capacidade de compreensão e entendimento é crucial para podermos ter uma sociedade mais justa e pacífica no futuro.
Este texto é também um apelo às mulheres. Lembrar que coisas que parecem a vocês “coisa de mulher”, como reclamações constantes, brigas por pequenas coisas, se aproveitar da tpm pra fazer da vida do homem um inferno, neuroses, inseguranças, em resumo falta de paz, criam uma pressão muito grande nos seu companheiro. Uma enorme dificuldade na vida dele. Sendo um homem normal com certeza ele já tem problemas que chegue. Auxilie-o. Não seja você a colocar mais carga nos ombros dele. Ele é humano. Um dia é sujeito a ele não aguentar e vir uma situação que ninguém quer.
Homens e mulheres foram feitos pra se amar, se apoiar mutuamente, ser confidentes, ter confiança um no outro e contruir uma vida boa juntos em paz.

Devido à natureza por demais polêmica desse texto e para não criar mais uma inútil flamewar, estou desabilitando os comentários para este texto especificamente. Caso tenha algum comentário, pode usar o meu e-mail pessoal ao lado.

A direção do pensamento

Numa conversa com amigos hoje ficou claro uma coisa: a direção do pensamento de cada um.
Muitas das atitudes que temos e decisões que tomamos dependem diretamente de nossos valores. Dependendo deles o pensamento pode fica limitado a nós e aos que nos são próximos ou alcançar as estrelas. Porque pensar coletivamente se eu nem penso nas grandes questões? Se a pessoa não pensa no que existe depois da morte, qual o sentido da vida, se Deus existe, como funcionam as relações entre nações, como é gerido (e muitas vezes manipulado) o mundo, se nada disto é importante, a visão fica limitada e restrita ao imediatismo ou ao planejamento apenas para si e sua família.
Também quando estas questões são respondidas de forma simplista, com modelos “fáceis”, preconcebidos e não fruto de uma busca existencial que às vezes dura toda a vida, as opções se limitam.
Se ela acreditar por exemplo, num panteísmo, que o universo é um ser vivo do qual ela faz parte. Ela pode considerar que precisa pensar de forma a ver o todo. Se ela acreditar que a vida é meramente material e acaba com a morte, o egoísmo se tornaria a melhor opção.
Se a pessoa acredita num pós-morte no melhor estilo “vou pro inferno ou pro céu”, pra ela não importa muito construir um mundo melhor, porque ela não estará aqui pra ver. Entretanto se ela acredita em reencarnação é do seu próprio interesse pensar coletivamente, porque ela não sabe onde vai reencarnar numa vida futura e pode ser naquele país que ela achava que nada tinha a ver consigo.
Se ela acreditar que o sentido da vida é obter a melhor vida possível pra si, há a possibilidade dela considerar que o sofrimento do outro é menos importante que o seu. Já se ela considerar que o sentido da vida é evolução, ela pode às vezes buscar sofrimento pra si no sentido de melhorar em algum aspecto que precise melhorar.
Se ela acreditar que animais não têm alma ou sentimentos, não há qualquer problema em provocar sofrimento neles. Já se ela acreditar que pode até reencarnar em um animal, talvez ela ache uma boa ideia parar de comer carne.
Portanto isso influencia tudo. Influencia o que compramos, o que comemos, que tipo de tecnologia usamos, como tratamos os outros, em quem votamos, o que queremos, tudo.
E isso me faz pensar que existe uma hierarquia de “modelos de pensamento”. Alguns mais evoluídos que outros. Mas não é o objetivo deste texto apontar quais os mais evoluídos. A ideia é trazer uma reflexão sobre essas questões.
Então vamos responder primeiro as grandes questões. Dependendo da resposta a elas teremos a direção a seguir. E essa direção é de primordial importância, porque ela leva a uma vida plena ou frustrada. Mas o importante é que busquemos uma resposta. Não importa qual seja. Porque se as respostas que a gente encontrar forem incorretas, o caminho que seguiremos levará ao sofrimento mais cedo ou mais tarde e este sofrimento nos fará repensar as grandes questões e mesmo que dessa vez não escolhamos a certa novamente, ganhamos pelo menos experiência pra ir entendendo melhor como funciona o mundo e o universo. Um dia faremos escolhas melhores e seremos pessoas melhores capazes de auxiliar a humanidade a chegar em um momento mais claro, mais evoluído do que este que vivemos.

O que fazer com um(a) psicótico(a)

Hj uma amiga postou no facebook essa reportagem aqui:

http://oaprendizverde.com.br/?p=5686

Ela fala sobre casos de crianças psicóticas. Achei interessante escrever como acho que uma criança psicótica pode existir e o que fazer com elas e com um(a) psicótico(a) adulto(a).
Este texto difere um pouco dos meus textos pois para poder explicar isso tenho que partir da minha perspectiva espiritualista, por isso vou estabelecer algumas premissas à priori, na qual se baseia essa explicação. O sentido desse texto não é explicar porque acredito nessas premissas, posso até escrever um texto futuro explicando porque acredito nelas, mas como disse, não é o caso aqui.
Para explicar isso parto do princípio que:
-Existe um espírito que pré-existe ao nascimento e que continua existindo após a morte
-Espíritos têm graus de evolução diferentes e diferentes níveis de entendimento
-Espíritos “reencarnam” ou seja têm diferentes existências e vão ampliando seu grau de entendimento
-Espíritos “vibram” em uma certa frequência que pode ser mais ou menos afim com determinados sentimentos
-Existem sentimentos que podem ser considerados sentimentos “negativos” que levam ao sofrimento e sentimentos “positivos” e que levam à felicidade
-Quanto mais baixa a frequência da vibração mais próximo de sentimentos negativos ficamos, quando mais alta a vibração mais próximo de sentimentos positivos ficamos.
-Grau de entendimento e vibração são 2 coisas diferentes. Um espírito pode ter um grau de entendimento elevado e ter uma vibração baixa, assim como pode ter um entendimento baixo e vibração alta.
Não estou pedindo pra ninguém concordar com essas premissas, apenas as coloco para mostrar a perspectiva que me encontro no momento e de onde parte esta explicação.
Durante a nossa jornada milenar nesse mundo, pela nossa imperfeição, muitos erros são cometidos. Erros de julgamento, erros de observação, atitudes impensadas, acidentes, atitudes que tomamos esperando abrandar nosso sofrimento.
Alguns de nós ao errar entram na armadilha de querer reparar um erro com outro erro e acabam cometendo atos que os levam a “baixar sua vibração” cada vez mais. Como por exemplo alguém que contrata um assassino para matar quem estuprou uma filha sua. Aquele sentimento de ódio, travestido de clamor por justiça, não acaba após o ato, ele se alimenta e corrói mais ainda, alimentado pelo orgulho de ter se vingado. Desse sentimento é sujeito a nascer outros piores e piores e piores.
Ao reencarnar esse espírito é sujeito a vibrar em uma vibração mais baixa do que antes daqueles acontecimentos piorando seus sentimentos. Nessa nova existência ele tem nova chance de elevar mais a frequência de seus sentimentos. Para isso lhe são colocadas situações onde ele pode de novo escolher se vai se deixar levar pelo negativo ou se vai escolher o positivo, pagando pelo que fez e começando a se trabalhar
Após muitas existências o entendimento do espírito vai melhorando e ele começa a fazer escolhas melhores que antes. Mas também é sujeito à vibração ter descido demasiado.
Os que descem a vibração a níveis abissais, piorando seus sentimentos mais e mais, são sujeitos a serem uma dessas crianças ou adultos psicóticos.
É para facilitar esse processo de elevação vibracional que se faz extremamente necessário o amor e a harmonia familiar, capaz de prover um ambiente que facilite as escolhas positivas para esse indivíduo.
A imensa maioria das pessoas, não concordando com essa visão, tem as mais diversas opiniões sobre o que fazer com um psicótico. Desde a morte, até prisão perpétua, isolamento e toda sorte de tratamentos psiquiátricos.
Concordo que um psicótico tenha que ser contido, mas na minha perspectiva só há um caminho sobre o que fazer com ele.
Se se mata um psicótico, o que acontece é que ele reencarna e alguém no mundo vai ter que ser a família onde ele vai nascer. Ou seja, apenas transferimos o problema de lugar. Sujeito a ser a família da pessoa que tanto o queria morto a sorteada.
O isolamento resolve o problema momentaneamente, mas mais cedo ou mais tarde ele morre.
O tratamento é bem-vindo, pois já é um meio de começar a lidar melhor com o problema, mas o único caminho a meu ver é o mais difícil de todos e o que ataca frontalmente o egoísmo, o orgulho e o desejo de vingança.
O único caminho é trabalhar para mudar o sentimento dele de negativo, para positivo. Trabalhar para auxiliá-lo a subir a frequência de sua “vibração. Trabalhar para mudar os sentimentos dele.
Necessita-se tratá-lo, mas mais do que isso ele necessita que todo sofrimento que o levou a entrar no ciclo vicioso seja revertido.
Quanto pior estiver o indivíduo, mais auxilio ele necessita.
Ele precisa ser tratado por quem tenha amor suficiente no peito para conseguir querer auxiliar um espírito como esse. Precisa dos melhores profissionais e dos maiores investimentos.
É ele não merece. Mas se ele não merece, nós é que não merecemos receber um espírito como esse em nossas famílias.
Díficil ? Também acho. Sou capaz disso ? No momento não. Mas quero chegar em um nível como esse de amor dentro do peito.
Ou você vai querer que aquele filho(a) que você tanto deseja seja um deles ? Não é mais difícil ainda pensar nisso ?
Uma outra coisa boa pra gente pensar é como não entrarmos nós próprios na armadilha do ciclo vicioso de sentimentos negativos. Como evitar ? A solução é fácil. É só escolher conscientemente não trazer o negativo para nossas vidas. Se afastar do que não for positivo. Ir melhorando aos poucos nossos sentimentos.
Taí uma coisa que nem é tão difícil de fazer. E pode ser crítico para todos nós. Um excelente ideia é a gente fazer isso de preferência BEM antes de chegar num ponto que a gente tenha dificuldade de sair e procurar auxiliar quem está caminhando pra lá a sair de lá.
Juntos subimos mais fácil a grande escada.

Respeito

“E que história é essa de que “todo ser humano” merece respeito? Hitler, Kadafi, Fidel, Pol Pot, Stálin, Guevara, Fernandinho Beira-Mar e mais uma ruma de assassinos frios merecem algum respeito?”

Sim. Todos. Sem nenhuma exceção. Satanás (se existir), também merece respeito.

Respeito cabe a todos de Satanás a Deus. Inclusive tudo que estiver no meio.

E porque é assim ? É assim porque em primeiro lugar temos que respeitar a nós mesmos e quando a pessoa deixa de ter respeito pelo outro passam a alimentar a revolta que existe nela.

Revolta é uma coisa muito perigosa, porque ela alimenta todos os sentimentos negativos e faz quem a estiver sentindo deixar de ser justo ao dar uma sentença ou castigo excessivo a quem comete um erro. Assim, a pessoa se torna o agente propagador de mais revolta, pelo castigo injusto que deu a outrem, criando um ciclo vicioso que só afunda quem estiver nele.
Portanto alimentar a revolta é uma terrível falta de respeito connosco mesmo ao nos tornar agentes do “mal”.

Então, para que possamos ter respeito connosco mesmo, precisamos respeitar o outro, entender que as pessoas entram nas ilusões mais diversas e não é todo mundo que tem no momento a clareza mental para perceber que o caminho para deixar de sofrer, não é fazer o outro sofrer e sim alimentar em nós os melhores sentimentos e fazer todo o bem que pudermos.

Fazer o bem só a quem “merece”, é o mesmo que limpar apenas nos lugares da casa que estão mais limpos, porque os mais sujos não “merecem” ser limpos.

Quem está mais errado, quem comete os piores erros é que merece mais o perdão. Claro que com justiça de pagar pelo que fez, mas de forma justa, calma com amplo direito a defesa e com misericórdia, porque justiça sem misericórdia é tirania, misericórdia sem justiça é complacência com o delito.

Essa é que é uma atitude de respeito com o outro e connosco mesmo.

A inteligência é superior à força

Hoje vi um combatente de um desses torneios de luta na TV dizendo o quanto ele ia bater no seu oponente em uma luta que está pra acontecer. Isso me fez pensar no sentido da força física, de se impor a vontade através da força física.

Penso que a força física, especialmente voltada para um combate é um estágio bem primário de pensamento. Alguém um dia disse que a inteligência é superior à força e isso é muito verdade. Nem o mais forte dos homem pode ter a força que um homem franzino consegue fazer com uma simples ferramenta. Nenhum homem por mais técnica ou força que tenha, consegue fazer o serviço de uma máquina simples. E também, nem o mais técnico dos combatentes pode enfrentar em combate algo que requer tão pouca inteligência quanto um cano com pólvora e uma bala dentro. E isso é tecnologia realmente rudimentar.

Então porque ainda alimentamos a ilusão da força ? Porque ela é valorizada ? Será que somos realmente tão animalescos quanto prega uma certa corrente de pensamento que diz que nossos genes ancestrais determinam nossos interesses ? Será realmente que estamos nesse nível tão pobre ?

Enquanto alguns se mantém assim, aqueles que valorizam algo superior à força, a inteligência, astutamente alimentam como podem esses valores, porque eles sabem que enquanto a imensa maioria se mantiver alienada, ele podem prover essa alienação e continuar a dominar. Eis aí um poder infinitamente maior que força: a inteligência, a astúcia, liderando, dominado e se mantendo em uma posição superior aos demais, século após século.

E assim valorizamos, idolatramos coisas que em nada acrescentam à nossa vida. E assim vamos vivendo dia após dia, esquecendo que nossa vida não melhora, esquecendo de como somos enganados, esquecendo de nos conscientizarmos mais, esquecendo, esquecendo, esquecendo….

Esquecendo que de nada adianta uma partida de futebol pra nós, de nada adianta uma novela, de nada adianta pra nós a vida da vizinha, de nada adianta pra nós a vida de uma celebridade, de nada adianta pra nós mais uma partida de paciência no computador.

E ao mantermos essas alienações mantemos a dominação que quem não quer a evolução de todos nós.

Seria muito mais inteligente da nossa parte, procurar ocupações que sejam divertidas, mas que nos eduquem também.

A inteligência é portanto, como é largamente apregoado, muito superior à força. Ela é capaz de vencer a força física em um confronto facilmente.

E aí como se vence a inteligência ? A resposta comum é com preparo. Com mais conhecimento, mais raciocínio, mais técnica, mais estudo que seu adversário. Qualquer enxadrista (ou militar) pensaria assim.

Mas vejo um poder superior à inteligência e à força. É o sentimento.

Se eu me mostrar amigo verdadeiro, se eu conquistar a confiança de forma verdadeira, se eu ganhar a admiração e reconhecimento do maior combatente que possa exisitir, eu posso dizer tudo que aquele lutador disse pro outro hoje de manhã e ele só vai rir e brincar comigo.

Se eu me tornar amigo verdadeiro do mais astuto dos homens, ele não me fará mal algum.

Aqui se vê uma hierarquia. A natureza física sendo inferior à inteligência (mente) que é inferior ao sentimento.

E o que vence o sentimento ?

Um dia uma pessoa me disse que o mais violento dos homens que conhecia era Ghandi. Simplesmente porque ele não podia ser combatido, porque ele não combatia e era assim, invencível, portanto violento.

Não vejo assim. Sob minha perspectiva Ghandi era sim facilmente derrotável. Era só fazer melhor que ele. Se a Inglaterra estivesse disposta a compartilhar suas riquezas e dar aos indianos as mesmas condições dos ingleses, estruturando a Índia e vendo os indianos como seus irmãos e não como seus colonizados, Ghandi seria facilmente derrotado.

Então o sentimento se vence com um sentimento melhor, porque se melhorarmos o nosso sentimento, não iremos mais querer vencer e sim compartilhar.

E assim venceremos… a nós mesmos.

Pertencer a nós mesmos

Vi alguém postar no facebook a frase “Nunca é alto o preço a pagar para pertencer a nós mesmos”, atribuída a Friedrich Nietzsche. Respondi o seguinte:

O problema de pertencer a nós mesmos é que, para a maioria das pessoas, sua própria compreensão leva a uma vida cheia de angústias e sofrimentos. Quando ela percebe isso, procura alguém pra guiá-la a uma vida com mais paz dentro de si. E aí ela deixa de “pertencer a si mesmo” e passa a pertencer ao guia que ela escolheu. Para algumas pessoas esse guia é a religião, para outras a filosofia, para outras um “estilo de vida”. Depois que chegam a um estágio de mais paz dentro de si, muitas vezes percebem que o guia que escolheram leva apenas até um certo ponto que era adequado naquele momento e agora não serve mais e procuram outro guia para chegar a um estágio superior. E assim evoluímos. Pode ser que chegue um momento onde consigamos “pertencer a nós mesmos”, ou pode ser que existam pessoas capaz de “pertencer a si mesmas” e ter realmente capacidade para se observar precisamente e ter força para evoluir e se melhorar por si mesmas. Mas para a maioria das pessoas a vida é um sem fim de contrariedades e angústias enquanto alimentam a fantasia de que “são assim mesmo”. Mas cabe a nós examinar se isso (“pertencer a nós mesmos”) está sendo realmente bom pra nós, se sentimos que somos melhores que 10, 20 anos antes, ou se estamos vivendo numa eterna estagnação postergando sempre aquilo que precisamos melhorar em prol do orgulho e do apego de sermos “nós mesmos” e de “pertencermos a nós mesmos”. Uma dica: a opinião dos outros a nosso respeito pode dar fortes indicações se estamos no caminho certo.

Beber e dirigir

Recebi uma petição para ampliar a pena de quem mata no trânsito por embriaguês. Não assinei. Explico.
Tenho muito amigos que bebem e dirigem. Eu mesmo passei um tanto da minha vida bebendo e andando de moto. Sei o perigo que é. Sei que estive sujeito a ter me matado ou matado outros inocentes, sei que meus amigos que ainda estão nessa compreensão estão sujeitos ao mesmo risco.
Mas até que ponto eles são culpados dessa prática ? A bebida é glamurizada pelas autoridades. Beber é tido como “legal”. A pessoa é tida como chato se não beber. As pessoas são criadas e estão imersas nessa cultura. Se bebe para chegar nas meninas(os), se bebe pra “ficar legal”, se bebe para se divertir, se bebe para rir, se bebe para se soltar, se bebe para viver. Se bebe por qualquer desculpa.
Aí quando a cultura que nós mesmos criamos leva um de nós a matar alguém, queremos demonizá-lo, taxá-lo de criminoso e jogar tudo que nós mesmos criamos em cima de alguém que está sendo uma vítima do que nós mesmos fizemos.
Não tá certo. Tem é que mudar a cultura da bebida. Tem é que fechar as produtoras de bebidas alcoólicas. Não demonizar as vítimas delas. Porque é permitido propaganda de bebida ?
Pode não parecer que um bêbado que mata um inocente é uma vítima. Mas isso é de novo culpa da gente olhar mais as aparências do que o problema real. Olhem a foto desse cidadão:
Reginald
Ele parece estar se sentindo bem ? Esse é Reginald Stephey, o cara que bateu no carro da Jacqueline Saburido. Não vou entrar no mérito do caso dela porque já é por demais famoso. Só botar no Google para quem não conhecer (aviso: as imagens dela são fortíssimas).
No julgamento ele disse: “A lembrança do que eu fiz é uma dor que nunca irá embora”.
Ele foi culpado ? foi… por ser fraco e influenciável por uma cultura nociva. Quem criou essa cultura ? Todos nós. E nós temos é que procurar libertar esse mundo da besteira que todos nós fizemos junto e não procurar pontos focais pra alimentar nossa revolta.
Quem mata no trânsito é só um ponto focal da culpa que todos nós temos. Tem que ser tratado dessa forma e não de qualquer outra.

-“Ah e quem morreu ? ele é que tem menos culpa”

Concordo. É por isso que temos que ter o máximo de celeridade em melhorar. Mas não é demonizando as vítimas do que todos nós criamos que faremos isso.

-“Ah mas eu mesmo nunca bebi e sempre combati a bebida”

É mas muitas das pessoas que você ama não fizeram isso e auxiliaram a que se perpetuasse. Você quer a prisão pra elas ? E você vive num mundo onde muita gente que veio antes de você criou isso. Então sua obrigação é auxiliar para que os erros dos nossos antepassados sejam corrigidos.

O melhor é ter amor no coração. Pro culpado e pro inocente. Lembrar: “quem faz o mal só merece o perdão” e “o bem com o bem se paga e o mal com o bem se paga também”.

Compartimentos

A necessidade de pertencer a um grupo, ter uma identidade, dizer “eu sou assim”, é a meu ver uma forma de se ver menos perdido em relação à vida. Se não tivermos uma identificação e fizermos parte de alguma coisa ficamos meio à deriva. É como se nos fossem dadas todas as possibilidades e nós, sabendo que não podemos experimentar todas, não escolhêssemos nenhuma.
Quando chegamos nesse mundo podemos escolher o caminho que quisermos. E qualquer caminho que escolhamos seguir é em última análise uma fantasia, porque ninguém é médico ou marido ou roqueiro ou brasileiro ou qualquer outro adjetivo quando fecha os olhos.
Naqueles momentos um pouco antes de dormir, quem somos verdadeiramente ? Quando não estamos pensando em “quem nós somos”, quem somos nós então ? Quem somos nós de olhos fechados ?
Uma potencialidade, uma vontade, um querer ? Nossa alma talvez. Um centro de controle que fica bem lá no nosso âmago. Seremos “vontade de potência” como diria Nietzsche ?
Então o “eu sou” só existe pelo nosso querer e pelo reconhecimento do outro dessa característica qualquer que ela seja. O que seria de um médico se a sociedade não o reconhecesse como tal ? Ou um marido que a esposa não acha que ele seja seu esposo ?
A realidade dos adjetivos dados às pessoas nesse mundo deriva de nossa opinião sobre isso complementada pela opinião dos outros sobre esse adjetivo.
Então eu posso dizer que inerentemente, no fundo, lá no meu centro de controle interno eu Nelson Teixeira não sou motociclista, nem analista de sistemas, nem qualquer coisa que não seja característica da minha matéria.
Mas quando vim para este mundo, comecei a fazer escolhas e achar qual “fantasia” ou “caminho” ou “vida” que eu queria levar. Qual realidade eu quis experimentar. E nesta vida escolhi entre outras coisas ser analista de sistemas de profissão. Pra isso estudei e recebi um papel que é um documento que representa o conceito abstrato do nível de conhecimento que tenho nessa área específica.
Repare no termo “conceito abstrato”.
Essas escolhas nos levam a experimentar a realidade da forma que mais se adequa a nós. Se falarmos somente dos caminhos na vida que não levam ao sofrimento, que são somente escolhas diferentes, nenhum caminho é “mais válido” que o outro. O valor de um médico, é o mesmo de um geólogo, o valor de um alemão é o mesmo de um chinês, o valor de um sujeito que goste de andar de patins é o mesmo de outro que goste de andar de bicicleta.
Essas escolhas, no momento de serem feitas, são relativamente fáceis, mas uma vez começado a percorrer o caminho nos levam a lugares muito diferentes uns dos outros.
Dei um exemplo relativo a profissão, mas isso acontece com qualquer coisa que seja conceitual. Ser motociclista por exemplo é outra coisa conceitual.
Às vezes anda-se de moto por necessidade, mas ser motociclista, participar de MC, dedicar tempo a organização, fazer viagens, etc, exige um outro nível de compromisso com o que é inicialmente só um conceito.
Entretanto em alguns casos o que é um mero conceito, se torna na mente de alguns uma obsessão.
Primeiro começa a se afastar de quem não compartilha de suas ideias. Aí fica com um grupo restrito de amigos. Talvez pertença a um certo grupo ou local ou nicho cultural.
Depois de um tempo percebe que naquele grupo existem pessoas que são mais afins com ele e se aproxima mais delas e assim segue compartimentado sua vida até só restar ele “o mais dos ”. É o caminho que leva no final àquela frase “Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que outros” tirada do livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell que transmite bem o que acontece no final deste processo.
O problema com essa atitude é que ela leva à solidão, à incompreensão da realidade do outro, amplia a falsa idáia de que por termos esta ou aquela característica, somos melhores que o outro. Não somos. Apenas escolhemos aquele caminho pra nós. Leva à separação, à compartimentalização das pessoas em nichos cada vez menores.
Então vejo que é bom que tenhamos nossa identidade, mas também é bom que lidemos bem com realidades diferentes da nossa e que não achemos que por sermos parte desde ou daquele grupo somos melhores do que este ou aquele outro grupo.
Conviver em paz é melhor do que conflitar. Quando a atitude em relação ao outro muda de “sou melhor que ele” para “sou igual a ele” começamos a enxergar pontos em comum ao que antes era tido como completamente diferente de nós e assim construir pontes no entendimento que levam à união e à paz.

Nobreza

Uma coisa que tenho dificuldade de entender, é o fato de que no século XXI ainda existirem pessoas que se considerem condes, duques, marqueses, príncipes, reis, rainhas ou de uma “casta especial”. Só com o fato de escrever estes nomes parece que minha mente se remete ao tempo dos cavaleiros com armaduras, entrando em castelos. Como é possível que ainda hoje persista tal atraso ?
Fico imaginando como será o dia a dia destas pessoas, sabendo que têm os mesmos cheiros, necessidades, anseios e desejos que todos os que as rodeiam e mesmo assim insistem a se apegar ao ancestral atraso de pensamento que as leva a achar que são por alguma razão esdrúxula melhores que os outros e assim se mantém em uma colossal fantasia de brincar de Barbie em alto estilo às custas da opressão de milhares e milhares para que eles possam dormir em camas banhadas a ouro.
Pra quê ? Para que são necessários aposentos ricamente decorados, luxo, pompa e formalidades ? Para que tamanho desperdício de recursos, tempo e vidas que poderiam ser muito melhor utilizadas se direcionadas para outros fins ?
Se ao menos um título desses desse algum poder especial, mas a imensa maioria dos portadores desses títulos não têm qualquer vantagem por eles a não ser poder ser chamado pelo título, unicamente por uma tola vaidade de que uma palavra na frente do seu nome representa algo de grandioso. Qual conceito poderia ser mais tolo que este ? Quão grande tem que ser o desperdício para que esta fantasia seja mantida ?
“Ah mas são símbolos do seu país”. Será que alguém realmente acredita nisso de coração ? Será que é possível que alguém realmente não veja claramente que isto é uma falácia criada para perpetuar a terrível fantasia medieval de que algumas pessoas nascem com um “direito divino especial” ?
Para se ter o merecimento de ser tratado como alguém especial precisa que se faça alguma coisa de especial. Acho justo que se trate de maneira diferenciada quem tem um grande saber ou que auxiliou muita gente ou que demonstre um grande caráter ou que demonstre um talento acima da média. Mas tem que mostrar. Claro que não pode ser só pelo nascimento ou pela família ou por qualquer outra característica que não seja a ação concreta.
Fico perplexo como fantasias tão ancestrais conseguem se perpetuar século após século.
A nobreza que pode existir é a de caráter. E ela não vem de berço. Vem pela educação que recebemos e pelo coração que demonstramos ter. Essa é a verdadeira nobreza. E ela não vem com documentos, vem através do reconhecimento por quem convive connosco e somente quando essas pessoas não tiverem qualquer interesse especial nesse reconhecimento e o façam de coração.
Vamos nos esforçar para colocar na cabeça uma coisa muito simples de entender:
Todos os seres humanos são iguais em valor potencial. Nem melhores, nem piores, iguais.

Amarras

As empresas precisam de valores mais humanos. De menos necessidade de controle e mais humanização das relações trabalhistas. Entender que essa história de “eu mando e vocês obedecem” é coisa do séc XIX. Nada funciona menos no séc XXI.
Quem já assistiu essa palestra aqui:

www.youtube.com/watch?v=rrkrvAUbU9Y

sobre uma pesquisa motivacional feita por algumas das melhores universidades do mundo vê claramente qual é o problema. E o problema é a visão atrasada de enxergar o ser humano como “recursos”. Eu mesmo não sou recurso. Não gosto nem um pouco de ser visto como “recurso”.
Se alguém se refere a mim ou a quem quer que seja como “recurso” é porque ainda não enxerga que que estamos todos nesse barco chamado planeta Terra juntos e somos iguais. E apesar de se haver criado neste mundo fantasias colossais que fazem algumas pessoas se acharem melhores ou mais merecedoras que outras, isso continua sendo só uma fantasia século após século. Quem está nos lugares hierarquicamente mais altos não tem nenhum tipo de “merecimento especial”. Está apenas no lugar de fazer um trabalho como todos nós.
Enquanto a igualdade do valor intrínseco de cada ser humano não chegar profundamente ao entendimento de todos, só haverá mais e mais conflitos e problemas.
Seres humanos não podem ser controlados. Isso é e sempre foi impossível. Seres humanos são livres por natureza. Se estão se submetendo a um controle é porque estão sendo dominados pela necessidade.
Portanto a atitude das diretorias de empresas não tem que ser colocar as métricas como grande prioridade. Tem que ser ACABAR com as métricas, ACABAR com os controles, com os “relatórios de produtividade” e com tudo que “meça” seres humanos. Ninguém gosta de ser medido.
Vamos nos lembrar daquela cena do filme “Sociedade dos poetas mortos”: Rasguem a página do livro que diz que a poesia pode ser medida. Poesia não pode ser medida. Seres humanos também não.
Repito: Seres humanos não podem ser medidos. Não importa o que façam. Isso é nada mais nada menos que a realidade da existência enquanto ser humano.
Qualquer outra coisa é só uma fantasia que nunca durará pra sempre. As métricas que existem são TODAS absolutamente falsas e fadadas a terem tantas exceções quantos seres humanos houver. São feitas para enganar uma diretoria que quer ser enganada.
Qual o projeto que estimou com um nível de erro aceitável no início, de qual seria a duração do projeto no final ? NENHUM. Sem nenhuma exceção. O que acontece é que se estima uma coisa e se vai corrigindo ao longo do tempo, mostrando o porque se corrigiu. Então pra quê perder um tempo gigantesco estimando algo que é inerentemente fantasioso ? somente pra atender a compreensão de quem ACHA que está no controle. E não está porque esse controle é impossível em termos humanos.
Precisa de saber qual é o tempo médio de duração de um serviço ? Faça isso pela estatística de tempo dos projetos passados. Não obrigue seres humanos a se tornarem robôs ou fazer relatórios fantasiosos. Quanto mais tempo passar melhor serão as estatísticas dessa forma.
Humanos só trabalham bem se forem tratados pelo lado da amizade e do respeito.
A atitude tem que ser de “vamos fazer juntos”. Tem que ser de cooperativa e não de controle. Soltem as amarras e o navio navegará mais suavemente que nunca. E o que amarra é a necessidade de controle. É a insegurança que provoca o fato de se achar melhor do que o outro. Essa é que é a origem da necessidade de controle. A pessoa fica insegura de perder sua posição de poder sobre o outro e quer “controlá-lo”. Mas isso é só uma fantasia da pessoa. Se ela abrir mão desse “poder”, todo o peso vai embora. Na mesma hora. E a vida se torna tão mais fácil.
Busquem criar a confiança entre as pessoas pela ligação humana, pela certeza que se está buscando o bem de todos. Não pelo controle e punições.
Joguem fora as métricas e os controles. Dêem ao povo liberdade pra trabalhar sem amarras e verão a produtividade subir a pontos inimagináveis.
Liberem os projetos pra usar os métodos que eles quiserem sem restrições. Sem precisar passar por esta ou aquele órgão de controle e eles trabalharão com um nível de motivação inimaginável.
Minha proposta é: acabar com todo tipo de métrica e amarras como “só se usa o que for determinado pela empresa”, acabar com as medições diárias, ter uma atitude de cooperação do tipo “vamos fazer juntos como iguais” e não controle de cima pra baixo, deixar que cada equipe decida como fazer o que quer fazer. Não ter “um método da empresa”. Deixar que os métodos e as novas formas de trabalho fluam.
Em resumo: tratar seres humanos como seres humanos com amizade, respeito e valores humanos.
Tratá-los como iguais e não como “recursos da empresa” a serem controlados. Ter uma atitude do tipo “vamos fazer juntos” e não “façam aí que eu pago vocês bem”.
A partir do momento que a visão mudar do processo pro homem, aí sim daremos o salto que estamos necessitando dar para o séc XXI e para a nova era que se aproxima.
Como diria Chaplin: “Não sois máquinas, homens é que sois.”